O FAMOSO NONÔ CORREIA SIMBOLIZA O ZEZINHO MUNHECA DA CIDADE
Zezinho Munheca continua cada vez mais queimado na cidade. Sua fama de miserável alastrou-se e sua gama de inimigos aumentou consideravelmente. Também pudera, ninguém consegue fazer um negócio com o cara. A choradeira é tanta que você acaba dando para o sovina o que tem no bolso. E continua a campanha para ele pagar o que deve à saudosa cunhada. Deu um tombo na família do próprio irmão, que ele ajudou a mandar mais cedo pro céu.
Alguém viu o Zezinho Munheca neste carnaval? Difícil, hein? Deve estar recolhido com familiares em uma de suas inúmeras propriedades agrícolas e fazendo aquele carnaval. Sabe-se que jornais se transformaram em serpentinas e confetes. E a ridiculez cada vez mais forte.
FATOS QUE ACONTECERAM COM NOSSO PERSONAGEM (nome das "vítimas" serão omitidos)
INACREDITÁVEL!!!
"Fui ao cinema com um amigo pão-duro, fiquei com vergonha de comprar lanche para mim e deixar ele olhando. Ele tinha grana, mas não queria gastar. O problema é que para comprar tudo em dobro faltariam R$ 0,10; pedi 'emprestado' para ele e lhe dei o lanche. No mesmo dia, um pouco após chegar em casa, ele foi me cobrar os R$0,10. Paguei muito sem graça!"
CUNHADO SE DEU MAL
“Eu morava de favor na casa da minha irmã e ajudava em tudo. Porém, ela comia escondido de mim: acordava mais cedo e tomava o café dela, quando acordava só tinha uma bisnaguinha em cima da mesa. Eu não almoçava, só jantava e no fim de semana comia arroz e ovo frito. Ela e o marido se trancavam no quarto para comer feijoada escondido. Nunca vou esquecer disso.”
DANÇOU
“Eu e um grupo de amigos fomos almoçar numa churrascaria. Pedimos um refrigerante e o pão-duro pediu uma garrafa de água mineral. Quando chegamos no caixa, ele descobriu que a garrafa de água era o mesmo preço da lata de refrigerante. Passou até mal”.
ESPERTINHO
“Certa vez fomos fazer um sashimi na casa do infeliz. Levei 3 Kg de salmão. Você, leitor, acredita que ele pegou o salmão, pôs na geladeira e foi comprar tilápia. Disse que sashimi bom era de tilápia. E ficou com o salmão”
GASTAR SOLA
“Certa vez o avarento andou 3 km para comprar um remédio que era R$ 2 mais barato do que na farmácia mais perto da sua casa”.
COITADA DA SOBRINHA
“Meu cabelo é enrolado, então não posso ficar muito dias sem lavá-lo porque fica horrível. Quando era adolescente, passava as férias na casa do meu tio e lavava o cabelo a cada dois ou três dias. Fazia tudo para economizar porque já sabia que minha tia iria reclamar. Uma vez, fiquei cerca de um mês e só usei metade do shampoo. Toda feliz, fui comentar com ela que tinha me esforçado. Ela me disse o seguinte: - Uma vez eu comprei um shampoo que durou 2 anos, isso que é economizar. Fiquei passada!”
ESSA É DEMAIS!
“Outro dia vi o nosso amigo numa padaria e percebi que ele só deixava o atendente fazer o nó na sacola depois de pesar. Indagado, ele disse ao funcionário que o nó fazia peso. É mole?”
AZAR
“Fomos em cinco amigas a um restaurante comer um petit gateau. Uma delas, que era muito munheca, pediu um pastel de Belém que custava 7 reais, e o petit gateau custava 14 reais. Comemos e o fundo do petit gateau estava queimado, com gosto amargo, então nós três só deixamos o fundo. O gerente perguntou o que havia acontecido, explicamos que estava queimado, mas o restante estava bom! Resultado: o gerente não cobrou nosso petit gateau, só o pastel de Belém da pão-dura. Ela ficou enfurecida e sem conversar com a gente por um bom tempo”.
OBS. Coisa feia, Zezinho Munheca. Paga pra quem você deve. Respeita pelo menos quem lhe ajudou e que você "ajudou" também, só que pra mandar lá pro alto. Que feio!!!
Onde anda o Zezinho Munheca? Com certeza continua com as atenções voltadas para suas inúmeras propriedades rurais e arrancando o couro e o suor de dezenas de empregados. Gente miserável, mau caráter, é assim. O enriquecimento vem às custas da exploração alheia. Enquanto ele lucra com milhões e milhões de reais, os coitados dos trabalhadores mal conseguem proporcionar uma vida digna para suas famílias, principalmente para os filhos.
Pra economizar, Zezinho Munheca manda internar até parentes em asilos e usa a aposentadoria desses coitados para não gastar um real do seu bolso. Manda para o asilo até parente de primeiro grau, gente humilde, sofredora, que no passado até cuidou desse sovina incorrigível. Sua mulher também é assim. Não importa o que os outros vão pensar, o que importa é o dinheiro estufando cada vez mais os cofres.
Zezinho Munheca não respeita parentes, não respeita irmão, não respeita sobrinhos, não respeita cunhada, dá calote, e solta rojão quando ganha um real.
ZEZINHO MUQUECA = AVARENTO = Mesquinho, miserável, sovina, que não é generoso, que não faz caridade. É aquele que é sordidamente apegado ao dinheiro. Avarento é um adjetivo que qualifica aquele indivíduo que tem avareza, ou seja, que tem apego demasiado ao dinheiro, que tem o desejo ardente de acumular riqueza.
Certa vez, dizem que o Zezinho Munheca e o Juninho, seu filho de 6 anos, foram a um parque de diversões. Dentre as atrações existia uma que chamou em especial a atenção do garoto: voo panorâmico de helicóptero.
– Quero levar meu filho pra passar – disse Zezinho ao piloto.
- Só 100 reais – foi a resposta.
Lógico que o miserável não aceitou e como o garoto começou a chorar o piloto propôs uma solução:
- Eu levo você e seu filho. Se você não gritar durante o passeio eu não cobro nada.
E assim foi. Durante o voo o piloto deu rasantes, piruetas, desceu e subiu bruscamente e o Zezinho Muqueca, com os olhos arregalados, sempre mudo como uma rocha. Quando a aeronave pousou, o piloto perguntou pro Zezinho:
- Em nenhum momento você deu um pio sequer. Não sentiu medo e vontade de gritar?
- Eu senti muito medo e quase gritou, principalmente quando Juninho caiu...
Sobre a avareza e os avarentos
Pão-duro, fominha, filárgiro, munheca, mão de vaca, ridico (corruptela de ridículo), vinagre, casca, socranca, somítico, gaveteiro, sovina, forra-gaitas, muquirana, mofino, agarrado, usureiro, morrinha, avarento, avaro, cobiçoso, unha de fome, miserável, mão fechada, mesquinho, sórdido, munheca de samambaia, sovelão, resmelengo, muxiba, fuinha, morto de fome, tacanho, sovina, unhaca, tranca, mão-de-vaca… São muitos os sinônimos que identificam as pessoas obcecadas por acumular dinheiro.
Pensei neles ao assistir a um programa de TV chamado “Os muquiranas”, num canal por assinatura. É produzido nos Estados Unidos, e dedica um programa inteiro a um personagem, para mostrar como ele economiza tudo o que pode, e se orgulha disso. Entre os programas que vi, horrorizado, um foi de uma moça que nunca comprava comida, ia ao lixo dos supermercados e pegava tudo o que jogavam fora. Ela disse que os funcionários dos supermercados não gostam, mas ela se vestia de mendiga, com trapos sujos, e aí eles não ligavam. Vi no programa que ela havia convidado o casal para jantar e por isso precisava pegar bastante comida no lixo. Eram não só alimentos com data vencida, mas também frutas, legumes e verduras estragados, de que podia aproveitar parte. Vestiu-se de mendiga e foi catar tudo entre as coisas jogadas for por um supermercado. Não precisava disso, tinha dinheiro, mas contava que assim economizava não sei quantos dólares por mês.
Nos casos que vi, havia um sujeito que, depois de usar o fio dental, o lavava e punha para secar, para usar de novo. Lá usa-se muito levar roupas para lavar em lavanderias, em que se coloca uma moeda numa máquina e ela faz o serviço. Um pão-duro desses ia para essas lavanderias, via as pessoas que não levavam roupas suficientes para encher uma máquina e pedia para colocar as suas com as delas. “Assim, economizo dois dólares”, dizia.
(Mouzar Benedito)
Na rodoviária o Zezinho Munheca carte vez disse ao taxista:
-Quanto custa a corrida até o bairro São Miguel?
-São cinquenta reais, doutor!
-E a bagagem?
-A bagagem é de graça!
-Ok, então leva a bagagem que eu vou a pé?
Salustio: “A avareza perverte a fidelidade, a honestidade e todas as demais virtudes”.
E como será que anda nosso amigo Zezinho Munheca? Com certeza deve estar chegando junto nos "colaboradores" de suas fazendas. Dizem que certa vez Zezinho Munheca contratou um campeiro para abrir uma estrada em uma de suas propriedades. Numa choupana abandonada o cidadão se instalou para começar o serviço. Depois de uns três dias, fazia muito frio de madrugada, o campeiro escutou um barulho no pasto e foi verificar. Era um bezerrinho que estava morrendo naquele solo álgido, de orvalho congelado, praticamente sem nenhuma chance de vida. O campeiro, porém, o pegou, levou-o para o casebre e cuidou do animal. E o bezerrinho sobreviveu e virou xodó do campeiro. Alguns dias depois, quando Zezinho Munheca descobriu que o animal estava sob os cuidados do campeiro, obrigou-o a devolver à manada, sob pena de ser preso por furto. O rapaz devolveu o bezerrinho, pegou suas coisas, mandou Zezinho Munheca enfiar naquele lugar o dinheiro que lhe devia e nunca mais foi visto.
OBS. Toda semana você vai conferir aqui um fato envolvendo o nosso personagem.
Ô ZEZINHO MUNHECA!!! PAGA A FAMÍLIA DA SUA CUNHADA!!! QUE TOMBO FEIO!!! LARGA DE SER MISERÁVEL!!! SERÁ QUE SEU IRMÃO VAI TE PERDOAR???
De um antigo conto judaico:
Uma vez um judeu rico e religioso, mas avarento, foi visitado por um rabi. O visitante, com todas as atenções, levou-o à janela. “Olhe lá para fora”, disse ele. O rico olhou para a rua. “Que vê?”, perguntou o rabi. “Vejo homens, mulheres e crianças”, respondeu o rico. De novo e muito atenciosamente, o rabi levou-o até junto dum espelho. “Amigo, o que vê agora?” “Agora vejo-me a mim mesmo”, respondeu o rico. “Tome nota”, disse o rabi, “na janela há vidro e no espelho vidro há também, mas o vidro do espelho é prateado”. Uma lição se aprende: logo que o homem junta prata, ele deixa de ver os outros para só ver a si mesmo.
Uma história judaica muito antiga, mas que pode traduzir a realidade de muitas pessoas cristãs, que se fecham diante das necessidades de seus semelhantes. Esse problema vem de longe; desde o século I, ouvimos a seguinte advertência: “Se alguém possui riquezas neste mundo e vê o irmão passando necessidade, mas fecha o coração diante dele, como pode estar nele o amor de Deus?” (1Jo 3,17). Uma camada de prata pode nos levar ao fechamento, tornando-nos individualistas, distante de Deus, das pessoas e de nós mesmos. O conto judaico é antigo, mas muito atual!
(Ao nosso Zezinho Munheca soma-se mais um agravante: deu tombo até em parente e vai saber se um dia vai pôr a mão na consciência e... será que ele sabe o que é consciência?).
"O homem econômico colabora com a sociedade, o avarento não ajuda nem a si mesmo".
J.C.Oliveira -1.941
"O avarento nega tudo que tem, menos seu palpite na vida alheia".
William Barreto
"A diferença entre ser econômico e ser avarento? Simples. O avarento só é econômico com o que é dele, mas é pródigo com o que é dos outros".
Hermes Fernandes
"A alegria do avarento é passar necessidade e guardar dinheiro".
Alexandre Flaming
"O avarento não se satisfaz com uma parte apenas, pois a avidez insana resseca-lhe a alma. O avarento é cioso do seu pão e mesquinho em sua própria mesa" .(Eclesiástico 14, 9-10)
Jesus Ben Sirac
CONHEÇA ALGUNS AMIGOS DO NOSSO ZEZINHO MUNHECA
(só que esses são apenas mãos-de-vaca, nada além disso, não são de de prejudicar a vida alheia com sua sovinice) - https://www.familiaprevidencia.com.br/
De onde vem a expressão “pão-duro”?
A palavra “avaro”, de avarento, origina-se do latim e significa ávido por cobre. Mas e a expressão pão-duro, de onde surgiu?
Segundo uma história publicada no livro A Casa da Mãe Joana, de Reinaldo Pimenta, a cultura popular brasileira adotou essa expressão após um fato ocorrido no Rio de Janeiro. No século XX, um homem mendigo passava pelas ruas cariocas pedindo qualquer coisa para comer, mesmo que fosse um pão duro.
O pedinte acabou falecendo e, com isso, apareceram algumas surpresas. Os moradores descobriram que ele tinha muito dinheiro e imóveis em seu nome. Ou seja, mesmo com toda riqueza, ele ainda deixava de usufruir dela para pedir mais coisas. E assim deu origem à expressão pão-duro, para pessoas que preferem não gastar com nada.
GASTÃO FRANCO
Ah, o multifacetado Chico Anísio não poderia deixar de escrever um de seus muitos personagens na galeria dos pães-duros ilustres da cultura pop. Pois não é que o Gastão Franco, de Chico City (1973-1980), era famoso por ser o homem mais pão-duro da cidade, incapaz de meter a mão no bolso até para comprar remédio para gripe, e ficou famoso por frases como: “Pão duro, não! Eu sou controlado. Quer poupar, poupa!” Mãos no bolso eram uma característica do personagem. Como o próprio Chico Anísio afirmava, “Gastão Franco era o próprio suprassumo do sovina”. “Tem gente que acha que ser pão-duro é pagar mico. Mas o Gastão não paga nada. Nunca”, brincava Chico. Apesar do nome, tudo que Gastão não gostava de fazer era de gastar, e sua esposa, Eddy Lammar, sofria horrores por conta do seu pão-durismo.
ALAN HARPER
O personagem Alan Harper, do seriado Two and a Half Men (Dois Homens e Meio – 2003 a 2015), passa a morar com seu irmão, Charlie Harper, em uma mansão na praia de Malibu, Califórnia, após sua esposa pedir o divórcio. Um dos grandes pontos de humor no personagem Alan é seu notório pão-durismo. Muitos dos insultos recebidos referem-se ao fato de ser avarento ao extremo, até mesmo para fazer pequenos gastos. Ele chega a ponto de cortar cabelo em escolas de corte de cabelo, leva comida escondida para o cinema e sempre encontra uma forma de fugir na hora de dividir a conta em bares e restaurantes.
O maior clichê de Alan é o fato de ser famoso por esquecer sua carteira de propósito para não ter que pagar as contas dos restaurantes. Charlie chega a referir-se a ela em um episódio como “a famosa carteira perdida de Alan Harper”. Como não podia ser diferente, há um episódio inteiro dedicado à pão-durice de Alan, em que Charlie e Alan estão num encontro duplo e Alan, como de costume, foge para o banheiro para evitar a conta. Charlie o segue para garantir que ele retorne para pagar sua metade da conta, e os dois ficam enrolando por muito tempo no banheiro. Quando voltam, as moças já tinham ido embora, acompanhadas de Geraldo Riveira, que pagara a conta por elas. Alan acaba ficando feliz por ter conseguido um jantar grátis, para o desespero de Charlie.
Mahatma Gandhi: “O mundo é suficientemente grande para satisfazer as necessidades de todos, mas sempre será demasiado pequeno para a avareza de alguns”.
Autor desconhecido: “Estou latindo à noite pra economizar o meu cachorro”.
Epicuro: “Queres ser rico? Pois não te anseies em aumentar teus bens, e sim em diminuir sua cobiça”.
Máxima judaica: “Ser avarento é pior do que ser pobre”.
O povo (ditado popular): “Mortalha não tem bolso”.
Horácio: “O homem avarento é cheio de temores, e quem vive com temor será sempre um escravo”.
Você ainda vai ficar sabendo quem na verdade é o Zezinho Munheca da cidade. Ele deve ter passado um Natal e Ano-Novo abastados com a família, agradecendo a Deus por ter pelo menos 10 propriedades agrícolas...
...A esposa do Zezinho Munheca também não fica atrás. Empresária, uma das maiores fortunas do Brasil, sua ascendência no outro lado do mundo nos leva para uma cultura onde ridicar é um verbo em evidência.
...Há muito que se falar do Zezinho Munheca. Uma de suas piores passagens é que, ciente de que seu irmão poderia estar tendo um AVC, ao invés de chamar o Samu, preferiu ir contar boi. Zezinho Munheca não perde tempo, o negócio é fazer dinheiro, e o caráter que se lixe. Ouça agora um sonzinho para o nosso homenageado. É só clicar no link:
...Para receber do Zezinho Munheca a parada é indigesta. Até na cunhada ele deu tombo. Ele é liso, muito liso. Pra falar a verdade, o Zezinho Munheca é mais liso que chana de lesma. O cara é ruim pra pagar. De tanto pechinchar você entra em parafuso e acaba tirando algum do bolso e dá para o miserável.
COMO SURGIU O NONÔ CORREIA DA NOVELA
NONÔ CORREIA é um homem neurastênico (esgotado, nervoso, irascível, enervado, irritadiço), rabugento e misterioso, beirando o tragicômico. Avarento, ele tranca a geladeira com cadeado, desliga a luz algumas vezes e despeja, até mesmo nos filhos, sua sovinice compulsiva: é proibido repetir pratos às refeições.
Na pequena cidade de Monte Santo, Nonô Corrêa é um velho viúvo que vive com os filhos, Elisa (Bia Nunes) e Tomaz (Edson Celulari). Pão-duro ao extremo, ele regula todas as economias da casa, com medidas absurdas para evitar “desperdício”.
Assim, o homem impôs um horário para apagar as luzes da casa e tranca a geladeira com cadeado. Com isso, inferniza a vida dos filhos e de Frosina (Berta Loran), a empregada que jurou à falecida esposa de Nonô que cuidaria de Elisa e Tomaz.
Mas Nonô Correia é rico. Dono de muitos imóveis, ele aumenta constantemente o valor do aluguel, ao mesmo tempo em que mantém suas economias muito bem guardadas, e apenas Anselmo (Carlos Kroeber), seu fiel escudeiro, é quem sabe da existência de sua fortuna.
A vida de Nonô Correia muda quando surge em sua vida o órfão Zezinho (Oberdan Junior). Desassistido, o menino é acolhido pelo velho avarento e conquista o seu coração, fazendo-o se tornar um homem melhor.
De Ivani Ribeiro, Amor com Amor se Paga tem direção de Atílio Riccó e Jayme Monjardim, com direção-geral de Gonzaga Blota. Foi exibida de 19 de março a 14 de setembro de 1984, com 155 capítulos, e reprisada no Vale a Pena Ver de Novo entre 1987 e 1988 antes da reprise do Viva, que ocorreu entre novembro de 2021 e maio de 2022.
Mouzar Benedito
Pão-duro, munheca ou muquirana: casos de pessoas que têm mania de guardar dinheiro
"O legal do dinheiro é a gente usar para fazer as coisas que precisa ou gosta, viver bem", diz o escritor Mouzar Benedito
Quando a gente pode, é bom guardar um pouco de dinheiro para atender a alguma necessidade do futuro.
Mas quando guardar dinheiro vira mania, aí é mal. Tem gente que vive uma vidinha bem ruim, tendo condições de viver bem, porque não quer gastar dinheiro.
Come mal, mora mal, não compra livros, não vai a festas, não viaja... Tudo pra guardar dinheiro.
Costumo dizer que quem gosta de pessoas assim é só herdeiro delas.
O legal do dinheiro é a gente usar para fazer as coisas que precisa ou gosta, viver bem. Sem jogar dinheiro fora nem gastar feito besta, mas também não virar um pão-duro do tipo tem condições de viver bem, mas passa vontade e necessidade, vive mal porque não quer gastar nada.
Só quer acumular, para alegria dos herdeiros, repito.
Tem um monte de adjetivos para falar desse tipo de gente que, segundo dizem, “não abre a mão nem pra dar bom dia” e que “parece que tem escorpião no bolso”.
Para um sujeito pão-duro, o povo usa palavras bem feias ou gozadoras, como munheca, mão-de-vaca, rídico, miserável, chifre-de-cabra, cobiçoso, mesquinho, muquirana, unha-de-fome e muitas outras mais ofensivas.
Minha relação com o dinheiro é inspirada num ditado de Nova Resende, minha terra. Lá, dizem assim: “Mais vale um gosto do que um caminhão de abóboras”.
Por isso eu me espanto com casos como o de um homem que tinha uma fazenda numa cidade pequena que virou polo industrial, cresceu muito, e essa fazenda se valorizou, ficando dentro da área urbana.
Ele loteou a fazenda e ganhou milhões, já velho e solteiro. E só almoçava num restaurante popular da prefeitura, pagando um real por refeição. Gostava de ler jornal, mas só lia o do dia anterior, dado por um vizinho.
Os sobrinhos devem estar se esbaldando com a grana que ele não gastou.
Outro caso é de um sujeito que tinha um monte de laranjeiras no quintal não dava nenhuma laranja de graça, para ninguém. Quando algum menino pobre perguntava se podia apanhar algumas laranjas do seu quintal, ele respondia assim:
— Dois reais a dúzia.
Outro pão-duro de que eu tive notícia morava uma pequena cidade paulista. Até os mendigos o conheciam como mão-de-vaca.
Havia a tradição de semanalmente os mendigos irem de casa em casa pedindo esmola, e os moradores já reservavam um monte de moedas para dar a eles, mas todos pulavam a casa do munheca, sabendo que ele não daria nada.
Um dia apareceu na cidade um mendigo vindo de fora, que não sabia da fama dele. Bateu em sua porta. Ele gritou lá de dentro:
― Quem é?
― É esmola ― falou o mendigo.
Ele respondeu:
― Pode pôr debaixo da porta.
Contam que em certa ocasião, o irmão do ZEZINHO MUNHECA estava acamado, muito doente, um quadro irreversível. Um cuidador avisou pro ZEZINHO que o esfigmomanômetro (equipamento utilizado para aferimento da pressão arterial) havia quebrado e que seria necessário comprar outro aparelho urgente. ZEZINHO disse que não havia necessidade, pois tinha um na sua casa. No dia seguinte ele aparece com esfigmomanômetro que devia deve ter vindo para o Brasil na Santa Maria, Pinta ou na Nina. E pior: com a borracha furada. Você acredita que o MUNHECA mandou o cuidador levar o aparelho na borracharia para pôr um manchão? É claro que a família se indignou e o ZEZINHO MUNHECA fez biquinho e teve que recuar.
Quando não há outro jeito e o Zezinho Munheca tem que lhe pagar de qualquer forma, veja o que acontece. Não é fácil! Primeiro porque ele vai quitar a dívida com cheque. Aí vem mais malandragem. Na primeira vez ele erra a data, depois confunde a assinatura, depois erra no extenso, enfim, são várias tratantadas que em todas o cheque volta. Aí você tem que ir ao banco, gastar gasolina, perder um baita tempo, gastar com zona azul, enfrentar fila etc, para solicitar o cheque devolvido. Depois de alguns dias você volta ao banco, tem os mesmos gastos e leva o cheque para o avarento. Aí ele emite outro pra você - agora com algum erro diferente - e a mesma ladainha se repete. No final das contas, você foi umas cinco vezes ao banco e só foi ver o dinheiro depois de um mês. E durante todo esse tempo o Munheca fica ganhando juros às suas custas.
EMPATIA
Existem palavras centenárias na língua portuguesa que de repente "estão na moda", sobretudo na boca dos semianalfabetos que as destilam aos borbotões. Hoje se fala muito em empatia, haja vista tratar-se de um termo que se encaixa na maioria das atitudes das pessoas. Significa você se colocar no lugar de outra pessoa, almejando pensar ou agir do mesmo modo que tal pessoa pensaria ou agiria. Infelizmente, no dicionário do nosso personagem, Zezinho Munheca, esse termo inexiste. Mesmo porque, quando o ser humano só pensa em dinheiro, só pensa em multiplicar sua fortuna, ele ignora o sofrimento do próximo, sobretudo daquele que teve o couro arrancado pela astúcia e ganância do avarento. Mas o que isso te a ver com nosso protagonista? Ocorreu uma passagem excruciante com um parente do miserável que, inacreditavelmente, acabou sendo auxiliado e até hoje paga religiosamente as parcelas do montante que lhe foi concedido. A empatia que a gente fala e que faltou ao sovina seria que, caso os papéis se invertessem, isso jamais teria acontecido. Esse negócio de assinar promissórias e outros documentos que integram aquela paúra de levar um calote não aconteceriam jamais com o outro lado do disco. Pode ter certeza que o auxílio seria concedido não havendo nem necessidade de reembolso.
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